Como comentário ao caso do barco da Women On Waves (aparentemente uma organização de amazonas surfistas, mas efectivamente algo bem diferente e mais sórdido) fica a minha posição sobre o aborto(1):
Separo os casos de aborto em três categorias:
1) Engravidou acidentalmente? Se sabia o risco que estava a correr, AZAR, aconteceu. Se não sabia, é mau, mas AZAR, informasse-se.
2) Engravidou forçada? É realmente muito mau. Mas enfim, há que haver coerência: se uma rapariga perseguir durante 3 meses um homem CULPADO de a ter violado e no fim lhe der um tiro na nuca, vai, provavelmente, presa. Se matar a criança INOCENTE de que está grávida vai, provavelmente, em liberdade. Mas que diabo de justiça (com J bem pequeno) é esta?! (já agora, que conforto é que matar um inocente pode trazer a alguém?!)
3) Engravidou e espera um deficiente? AZAR. Mas porque é que os deficientes haveriam de poder ser mortos antes de nascer e não depois? Porque dá menos nas vistas?! Paciência, há que fazer por eles pelo menos tanto como pelos mais saudáveis. Ou então, legalize-se a execução dos deficientes profundos, dentro ou fora do útero. E dos deficientes em geral. E dos gordos. E dos baixos. E dos feios. E dos apoiantes do aborto, já agora.
Onde eu quero chegar é a isto: ninguém disse que a vida é perfeita, ou sequer fácil! Há muita gente com problemas graves, e desses só uma minoria é que ainda por aí aos tiros aos outros, ou a eliminá-los de outras formas. E a esses sabemos nós o que reservamos. Protejam-se as crianças.
(1) Não fosse ser notícia no momento, este post seria oportunamente feito em axonspot.blogspot.com, onde o tema se encaixa mais... mas não me pude conter.
segunda-feira, agosto 30, 2004
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4 comentários:
Está muito bem sintetizado o teu pensamento. E está coerente. Está correcto. Já agora, reactivei o meu blog. Dexei tb uns pekenos comentarios aki e ali no teu blog. Inté ;)Mano
Paulinho! long time no see.
Em relação à coerencia concordo. Em relação ao estar correcto discordo mas é exactamente por isso que existimos por nao pensarmos todos da mesma maneira.
Em todo o caso convem lembrar que temos a lei que temos porque escolhemos essa lei quando houve um referendo. Se se fala que os governantes nao nos representam, entao convinha que quando podemos decidir decidissemos.
A Democracia é toda a gente poder dizer o que pensa.
...mesmo quando não pensa! :-)))
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