sábado, setembro 11, 2010

Leituras - O Infinito na Palma da Mão

Finalmente tive a oportunidade de ler (essencialmente durante as férias na Madeira) um livro de Matthieu Ricard, co-autor com Trinh Xuan Thuan. Nas próprias palavras do livro, trata-se de "O diálogo esclarecedor entre um cientista convertido ao budismo e um budista que optou pela carreira científica". Gostei bastante do livro, embora considere que para uma apreciação adequada é requerido um grau importante de conhecimento científico e da doutrina budista, sob pena de se poderem fazer interpretações indevidas. Isto porque o livro é muito abrangente e alguns assuntos, ao serem dicutidos de forma necessariamente superficial, podem enfraquecer a validade das conclusões, por falta de fundamentação. Ou seja, por vezes senti que havia alguns "saltos" nas conclusões que a argumentação expressa poderia não suportar. Todavia, é um óptimo livro para servir como base a uma exploração pessoal. Uma publicação da Casa das Letras.

O livro faz uma citação perfeita de William Blake a propósito do seu tema central:
Ver um universo num grão de areia,
E um paraíso numa flor selvagem,
Conter o infinito na palma da mão,
E a eternidade no tempo de uma hora.
No original...
To see a World in a Grain of Sand
And a Heaven in a Wild Flower
Hold Infinity in the palm of your hand
And Eternity in an hour

... que, por curiosidade, foi a óbvia inspiração de Sting para:
Finding the world in the smallness of a grain of sand
And holding infinities in the palm of your hand
And heaven's realms in the seedlings of this tiny flower
And eternities in the space of a single hour

1 comentário:

Mario Neiva disse...

Estes versos de William Blake poderiam ser uma boa definição para a consciência humana.