A chuva é um pingue-pingue
Constante e brincalhão
...diz o Martim, para minha grande surpresa. Estou no alto do escadote a enfiar papelinhos entre as frinchas do tecto falso - aproveitando a viscosidade da água para que esta finalmente se digne deixar de avançar pelo tabuado e se possa precipitar sobre o nosso chão de (oportuníssimo) mosaico - e um pequeno de olhar malandro sai-se com a música mais oportuna, que eu nunca lhe tinha ouvido cantar, e que seria talvez a única coisa que me poderia fazer rir naquele momento, como efectivamente fez.
A história é mais sombria. Vai para mais de uma semana que chove em casa sempre que chove na rua. Pinga no hall em meia dúzia de pontos, pinga num canto da casa de banho e generalizadamente pela casa as manchas cinzentas aparecem, em particular junto às janelas e na parte mais interior do tecto da cozinha. Temos reunião de condomínio marcada para sábado, a ver vamos.
Entretanto, a expressão é ridícula, eu sei, mas esta foi a gota de água. A gota de água que se somou à falta de quarto para um hipotético futuro segundo filho. Que se adicionou à falta de elevador compensada por umas vértebras herniadas que, teimosas e suicidas, arrastam para cima as malas das últimas férias. E que se juntou à falta de espaço, aos armários da cozinha velhos, aos azulejos rachados e às portas que rangem. Enfim, esta casa já não é nova, precisa de uns arranjos, e não é possível fazê-los connosco a habitá-la.
E assim surge a grande novidade: estamos em processo praticamente irreversível de compra de casa, desde domingo passado! É quase irreal. Mas a verdade é que agora já só um parecer negativo do Banco ou da Seguradora pode atrapalhar os nossos planos. Façam figas!
quinta-feira, novembro 24, 2005
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1 comentário:
Quem mais na nossa família, estará, neste momento, por entre a "massa indefinível dos possíveis"?
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