![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPmUJEAHa7iJH38ghdzSjNoA6xGIResp7Do99cDqapuc9NIRZFHYgFKm5CiSNFxUizc2NohQFvQlVDey38evYHYPnO0e33vd3ecZIcUTySN7gPajZ-chUHFzE94oFX4qZtD_tL/s200/EvangelhoDeBuda.jpg)
Um renovado interesse no Budismo levou-me a procurar referências na Internet. Acabei por dar com um livro de Paul Carus,
Buddha, The Gospel, disponível em formato PDF, gratuitamente.
Comecei a ler online, imprimi uma dúzia de páginas para ler no comboio, e acabei por encontrar uma inesperada versão em Português, por mero acaso, na Feira do Livro da Costa da Caparica, o que tendo em conta que o livro é de finais do Século XIX, não deixou de me provocar um certo espanto. Comprei-o logo, o que trouxe, por um lado, o benefício de me acelerar em muito a leitura - leio com facilidade em inglês, mas onde noto a diferença é mesmo no número de páginas por hora - mas por outro um número acrescido de gralhas, face ao original. Algumas gralhas são graves e trucidam completamente o sentido das frases. Fica aqui a nota para a editora Ésquilo.
Neste livro, Paul Carus reúne textos muito significativos do Budismo, num conjunto que dá uma ideia muito objectiva da filosofia de Buda, nos antípodas do esoterismo, e que enfrenta sem hesitações uma verdade incómoda que põe em causa tudo aquilo que governa a nossa vida.
Ler o Evangelho de Buda foi para mim uma experiência vivida intensamente. Com efeito, durante a sua leitura comprovei que posso realmente dizer que sou budista, em boa medida. Aliás, isso não é difícil, dadas as miríades formas que existem de ser budista. Há imensas interpretações dos ensinamentos de Buda, algumas das quais bem esotéricas - das quais não poderia estar mais distante. O Buda que nos chega através de Paul Carus, numa selecção de textos que mereceu a aprovação da generalidade das tradições, exala o perfume da verdade, e é quase possível sentir a angústia de Buda em passar a verdade para ele tão óbvia a tantas mentes enredadas na ilusão. Pensar que esta filosofia tem bem mais de dois mil anos é algo que me deixa perplexo. Absolutamente a não perder (olha, estou aqui a roubar o estilo do Mário Crespo).
P.S.: Já agora, para quem possa estar interessado, a tradição que sinto mais próxima é a Teravada, que me parece (na extrema modéstia dos meus conhecimentos sobre o assunto) ser a mais próxima da mensagem original de Buda. Mas, evidentemente, o mais relevante são as conclusões a que cada um (no caso, eu) chega sobre o assunto. Se essas conclusões são próximas desta ou daquela tradição é uma questão curiosa de avaliar a posteriori, sem prejuízo do interesse que tem conhecer as opiniões dos outros para formar as nossas próprias. Um magnífico exemplo disso é este Evangelho de Buda.