É o primeiro livro que leio de António Lobo Antunes. Vinha com grandes expectativas. Não foram defraudadas. O livro não é bom. O livro não é óptimo. O livro é uma experiência. É como andar de carrossel. É como ver um filme 3D com aqueles óculos esquisitos, ou com os novos, menos esquisitos. É como um bom efeito stereo, arrancando-nos à nossa realidade real para nos levar a visitar uma outra, cujos sentidos nos indicam estranhamente não ser menos real. É um rapto de consciência, é tirarem-nos a cassete que temos na cabeça e substituirem-na por outra, e agora quem sou eu, tu talvez? Tu és agora eu e escreves este texto quando antes o escrevia eu e olhas para as tuas (minhas) mãos sobre o teclado e já não estou a ler, estou a escrever, mas este blogue afinal é meu ou não é, sou louco por escrever assim, que digo, escrever, pois se estou a ler, ou é a minha leitura que produz o texto à medida que o vou lendo, e apesar de as palavras já estarem escritas um pouco à frente? E se parasse agora de ler será que as palavras desapareceriam, estou louco, isto já foi tudo escrito por outra pessoa, e a prová-lo estão estas outras ideias que percorrem a minha mente e que não constam do texto.
Bem, espero ter conseguido produzir um artifício que humildemente (fica bem ser humilde) vos desperte (a mim?) a curiosidade de ler este livro.
***** (5, CINCO estrelas)
domingo, novembro 29, 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário