terça-feira, maio 24, 2005

Relatório Martim - XL (*)

A coisa ainda não melhorou. Passou a noite com febre. Se tivesse sido um pouco pior, já estaríamos a esta hora no consultório da Pediatra, mas como não foi demasiado mau esperamos para ver como está à tarde. Estou convencido de que não é nada de especial, mas como já vomitou duas vezes pode ser uma gastroenterite. Na onda das coincidências, é a segunda vez que vamos ao Corte Inglês (e jantamos lá) e que ele fica doente no dia a seguir. Não é caso para matar uma galniha preta e pôr ao luar, mas dá que pensar. No entanto, não come lá nada de particularmente suspeito. Mesmo nada.

Numa onda positiva, só uma pequena história, de domingo (antes da febre). Fomos ao Pingo Doce. Andávamos na zona da fruta, que tem uns quantos expositores, e onde vai desembocar um corredor por onde vinha um casal com um carrinho. O Martim ia a passar mesmo em frente ao fim do corredor e, ao ver os senhores a aproximarem-se (a pouco mais de 1 metro), estendeu a mão em sinal de «stop» e disse Desculpe. A senhora fez cara de espantada e disse "Olha, é mais educado que muita gente grande" e depois fez-lhe umas festinhas na cabeça e foi-se embora divertida.

Mais tarde, na caixa, estava para lá a fazer uns disparates com o carrinho, e eu estava a mandá-lo parar. Como não me ligou nenhuma, ao fim de umas quantas vezes dei-lhe uma palmadita no rabo. Sem força nenhuma, mas de forma um bocado brusca. Ficou a chorar, a dizer "Pai, dói-me o rabo", ou talvez o orgulho; mais provavelmente, pensou que eu estava zangado. Lá lhe fiz uma festita na cabeça e dei-lhe um beijinho - pois, estava arrependido, estava. Em casa pedi-lhe desculpa por lhe ter dado a palmadita e perguntei-lhe se ele estava zangado comigo. "Não pai, não estou zangado... estou muito contente!". O que dizer, senão que - sim, Rita - ele é melhor que nós dois; ou que eu, pelo menos.

(*) Sobre a numeração romana, que isto vai começar a complicar...

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