O Treco - Paladares de Goa

Foi com muita tristeza que soube hoje que o restaurante Treco vai fechar, na próxima sexta-feira, com o final do ano. Fico com o consolo de saber que vai ao encontro do desejo dos simpatiquíssimos proprietários. O Treco era mais do que comida.

Quem julga que há mais restaurantes goeses, desengane-se: Treco só havia um. A cozinha era típica de Bardez, e está em extinção, como Goa. Agora ainda mais.

Para mim, pessoalmente, acabam-se os almoços pelo-menos-semanais que tanto apreciava, acompanhado de um grupo de fiéis. E fica a memória dos almoços e jantares a dois com a Rita. O Martim chegou a entrar na alcofa.

Hoje foi a primeira vez que vim insatisfeito do Treco. Até sexta-feira, não será a última.

(*) Perdoem-me roubar a foto do site http://www.paladaresdegoa.com/, mas é a título de indemnização: a mim, roubaram-me "O Treco".

O HOBBIT!

Está a ser feitoooooooooo!

Ora vejam aqui.

E acompanhem a evolução no Blog.

36

Relatos pouco críveis apontam para a possibilidade de o autor deste blog ter completado recentemente 36 anos.

Não existe até agora um desmentido oficial.

Leituras - O Papa de Hitler

Este polémico e perturbador livro de John Cornwell reflecte sobre as acções e omissões do papa Pio XII enquanto Cardeal Pacelli, e mais tarde após ser escolhido para Papa.

É de leitura fácil e interessante, embora a tradução para português tenha bastantes erros que não sei se se limitam a ser tipográficos. Mas é perfeitamente legível.

As conclusões que se podem tirar até agora, 4/5 do livro, são de um envolvimento bastante infeliz da Igreja Católica na 1ª e depois na 2ª Guerra Mundiais. Aparentemente, o próprio John Cornwell terá numa entrevista posterior (2004?) enfraquecido um pouco a sua atitude, dizendo que o Papa estava demasiado limitado na sua capacidade de acção, o que poderia reduzir a sua culpa tal como apontado no livro.

Relatório Martim - LXXX

Bem, de vez em quando tem de haver más notícias. O Martim partiu a cabeça. Pois é, ontem, à saída do lanche, na escola, tropeçou ou escorregou (com mais uns quantos) e bateu com a cabeça. Foi preciso esperar pelos primeiros dias de chuva desde o interminável Verão para os miúdos não estarem habituados ao piso escorregadio e acontecer o pior. Enfim, cabeça partida, grande lanho na testa. Foi acompanhado pela própria Directora à Clínica e teve de levar 6 pontos! A Rita e o Avô Bilo ainda lá chegaram a tempo, mas o Martim só soube que eles lá estavam no fim. Ainda soltou uma lágrima quando foi anestesiado, mas depois foi um valente e aguentou tudo estoicamente. E agora está a antibiótico, para prevenir infecções, mas vai à escola, claro.

Entretanto nem tudo vai mal naquela cabecita. Começou efectivamente a ler, e foi giríssimo vê-lo de sua iniciativa, este fim-de-semana, ir buscar uma História de Portugal Ilustrada que ele tem e pôr-se a ler...

Pa-ta-ti pa-ta-tá te-re-te-te..."Os romanos invadiram a Península"?!!!
Ca-ra-ca-ca pi-ti-ti-ti... "D. Carlos foi assassinado"?!!!
etc.

Leituras - A Guerra Civil (Júlio César)

Mais uma obra imperdível, que li numa edição da Oxford University Press, tradução de John Carter: The Civil War, The Alexandrian War, The African War e The Spanish War, são quatro livros em um dos quais o primeiro é de autoria do próprio Júlio César, e os restantes de pessoas próximas ou que testemunharam os acontecimentos.
A sobrevivência da obra é razão para estarmos gratos ao destino. O mínimo que podemos fazer é ler este pedaço de História.

Sintra envolta em Neiva, perdão, Névoa

Ah, quais Neuschwanstein! Sintra é que é!
Felizmente não é preciso ir a bordo do planador do Tiago para poder partilhar a sua visão sobre o Palácio da Pena (sim, porque lá é que não me apanhavam, ui que vertigens!).

Fantástica foto, Tiago!

Relatório Martim - LXXIX

Pois então, as últimas do Martim... coisas do último mês...

A Matemática parece estar a tornar-se o forte do Tinzocas! No outro dia, íamos os três no elevador...
- Martim: Pai, quanto é 256 + 256?
- Eu: 512
- Martim: Eu já sabia... Pai, quanto é 512 + 512?
- Eu: 1024
- Martim: Eu já sabia...
- Eu: Sabias como, Martim? (lembrando-me que em tempos ele perguntou e eu lhe ensinei a somar as várias potências de 2, mas nunca me lembro de termos chegado a 1024...)
- Martim: Fiz a conta.
- Eu: Então quanto é 1024 + ... hm... 1027 (só para ser diferente!)?
- Martim: (pensa) 2051.
- Eu: (Chiça! - em voz off)
- Martim: (para arrasar) E 2051 + 2051 são 4102.
- Eu: (sem palavras)

Entretanto, o bom comportamento nas aulas valeu-lhe trazer a mascote para casa, o elefante Trombinhas. É uma honra, pessoal! :-)

O Martim já se desenrasca a ler muitas palavras, mas ainda não está na fase de ler frases completas. A propósito, a escrita também vai bem, tem uma caligrafia muito razoável. Voltando às leituras, à noite, antes de adormecer, agora lemos o Toda a Mafalda. Quando a piada é esquisita eu faço uma preparação antes, para ele perceber, e lemos aí um terço das histórias. Na história aqui em causa aparecia a Susaninha que estava a fazer os trabalhos de casa:

- Susaninha: "Um pedreiro faz 2 metros de muro cada meio dia. Quantos metros faz em 3 dias?"
- Martim: Eu sei! (pensou uns instantes) 6.
- Eu: (pensando um bocadito - 6 também era a minha primeira resposta) Não, Martim, não está certo.
- Martim: (Pensando mais um bocado) ... 2 ... mais 2... 12.

Irra, resolveu o 1º problema de Matemática.

Dilbert - The Knack

Este cartoon do Dilbert é bom demais!

:-)

Ah, Paris!

Pois é, eu e a Rita estivemos entre em Paris entre 29 de Setembro e 4 de Outubro. O Martim ficou com os Avós, à vez - com uns durante o fim-de-semana e com os outros nos dias de escola.

Nunca lá tinha estado. Há imensas coisas para ver, a começar pelos Museus e a acabar com os pés de molho. Agora o hino deles ganha uma nova dimensão "Marchons, marchons...".

Foi realmente agradável, embora cansativo. Ficam aqui duas fotos para aguçar o apetite.

70

Tenho agora exactamente metade da idade do meu Pai.

Força e Saúde, Paizocas!

Esporão do Calcâneo

Tenho finalmente o diagnóstico correcto para os meus últimos problemas. Sofro de um mal raro designado tecnicamente por Hipocondria Falsa. Ou seja, eu julgo que sou hipocondríaco, as outras pessoas também julgam, mas afinal... - não. Afinal tenho mesmo uma irritante série de pequenos problemas de saúde que me matraqueiam o juízo e que podem ser resolvidos: a) com um tiro na nuca ou b) com um transplante de corpo e alma.

A última nota desta dissonante sinfonia é o Esporão do Calcâneo, essa pérola ortopédica, que fez a fortuna do Dr. Scholl, e que não poderá ser mais apropriada para uma pessoa cujo único exercício físico recomendado (por causa da hérnia discal) é - imagine-se - andar.

The Police - Or There and Back Again - III

Arrancou o concerto com Message in a Bottle. Sting, Andy Summers e Stewart Copeland em grande estilo. Sem os écrans gigantes, que só apareceram à segunda música, com referências visuais ao álbum Sinchronicity. As músicas sucederam-se a uma velocidade alucinante, que apetecia agarrar, não fosse uma forte incitação ao desapego pelo meu lado mais Budista. O público cantou massivamente as partes mais conhecidas e entoou os habituais yee eeeh oooh etc. e tal, com vontade. Também havia uns putos que não sabiam o que estavam a fazer, penetras que queriam um lugar melhor e drogados a tombar. Mas essa plebe rústica exaltada não representava mais de 5% dos presentes. O resto era malta de cabelinho a ficar branco, - um pouco menos, é certo, do que os três à solta no palco, que não davam tréguas -, malta no mínimo bem comportada, e no máximo devota. Cantei, gritei e bati palmas até não poder mais, com as pernas a dar as últimas (e sem saltar, porque a hérnia discal nunca mo perdoaria). Os concertos são feitos também pelos do lado de cá.

Entretanto, as partes rápidas eram arrebatadoras, e as meditativas como Wrapped Around Your Finger e Walking In Your Footsteps eram mágicas.

Nos encores, houve brincadeira, com Sting a alterar a letra de So Lonely para "Welcome to the Andy Summers Show" e "Welcome to the Stewart Copeland Show", e com Andy Summers a ficar sozinho em palco, abandonado, e a lançar-se sozinho para a frente, seguido depois pelos compinchas regressados.

Foi triste chegar ao fim, como num almoço em que, de barriga cheia, não chegámos a provar os camarões. Obrigado, POLICE!

P.S.: Já à saída, juntámo-nos finalmente ao Pedro, que nos relatou a sua saga. Ainda encontrámos uma ex-colega do Coral Stella Maris de Peniche, vi colegas de trabalho, um colega da 1ª classe... só surpresas. Fizemos o caminho de regresso até ao carro, tirámo-lo do pinhal sem o destruir, Algés para deixar o Pedro e rumo a casa!

POLICE - Até Domingo, EM PARIS!

The Police - Or There and Back Again - II

Posicionámo-nos num sítio privilegiadíssimo: sentámo-nos no chão para aí a 6ª fila, ligeiramente à direita do centro do palco. Estava frescote, o casaco sabia bem. Afinal a manga enigmática dava para proteger o pescoço contra o frio, mas por esta altura já não havia nada para ninguém. Pelas 20h00, chegaram os Fiction Plane.

O Pedro estava algures no trânsito.

Ao princípio achei a banda bastante pesada. Muita distorção, era difícil discernir os acordes, embora tivesse algo de interessante. Deve ser por eu não perceber nada de música e ainda achar os Sonic Youth uma novidade (agora dem-se chamar para aí Subsonic Geriatrics). A verdade é que as músicas até nem eram más e ficaram francamente melhores quando o Joe largou o baixo e pegou numa guitara acústica. Aí ficou um equilíbrio melhor para o meu ouvido e acabou por ser bem fixe ouvi-los. Eles também parecem ter gostado, e agradeceram à que disseram ter sido a " best audience in a long time". Durante a actuação o Joe ainda fez uma piadita que não percebi bem, mas que parecia envolver a potencial vinda dos Police ao palco no meio da actuação, para dizer olá, ou algo assim. Abandonaram o palco aí às 21h00.

Os Police estavam previstos para as 21h30 mas pensei que fosse demorar mais, já que o espectáculo tinha começado com um atraso de 1h face ao previsto.

Entretanto o Pedro comunicou por meios telepáticos que estava no estádio (a verdade é mais complexa - tinha tido de deixar o carro em Algés e tinha apanhado o comboio, ou talvez nunca tivesse chegado!). Mas nhê, nhê, ia à cerveja, à casa de banho, ao merchandising, passear o cão e tal, e não se juntou logo a nós. Conclusão: lá para as 21h40 apagam-se as luzes de repente, ao som de "Get up Stand up" do Bob Marley. E entram os Deuses.

The Police - Or There and Back Again - I

Ok. Arrancámos para o Estádio aqui de casa por volta das 18h00, eu, o Paulo e o Filipe com o objectivo de nos juntarmos com o Pedro in loco. Devíamos estar locos mesmo, porque o trânsito estava a tornar-se caótico. A minha decisão de ir pela Marginal veio a revelar-se boa já que a A5 estava totalmente entupida(dizem os que por lá passaram). À saída da Marginal para o Estádio fomos obrigados pela polícia a virar para Algés, mas como logo ali passando o ribeiro havia onde estacionar, debaixo de uns pinheiros, deixámos lá o Astra junto a meia dúzia de outros carros. Tivemos de fazer uma caminhada não muito longa ao longo do ribeiro até às pontes que dão acesso à zona das piscinas e depois fazer a subida pela estrada alcatroada até ao Estádio, essa já uma distância respeitável. Já disse que estou com Esporão do Calcâneo, ou um problema qualquer no tendão de Aquiles? Mas estou - há uns 15 dias - e ando à rasca, passo o vernáculo, e a aguardar resultado da radiografia. O Filipe também malhou da bicicleta. Em 6 pernas e pés só 4 é que funcionavam bem.

Lá subimos. Apresentámos os bilhetes e ofereceram-nos uma espécie de manga larga e curta branca, de utilização incompreensível, que oferecemos às raparigas das "borboletas" mais acima, na esperança infundada de favores ulteriores. Felizmente este era o lado que dava acesso mais directo à zona VIP. Sim, porque nós éramos 3 dos quê? 10.000 VIPs que lá estavam. Entrámos assim para o exclusivíssimo relvado VIP, antes das 19h00, hora prevista para o arranque dos Fiction Plane, cujo vocalista é o Joe Sumner, filho do Sting. A banda consiste de um vocalista que toca baixo, um guitarrista e um baterista. Rings a bell?

O Pedro estava algures a sair de uma reunião e a entrar no trânsito.

The Police - Estádio Nacional

(Foto tirada exactamente do local onde nos encontrávamos e gentilmente cedida pelo Filipe)


Alinhamento (gamado do Blitz, ou da minha memória infalível?!)

Message in a Bottle
Synchronicity II
Walking On The Moon
Voices Inside My Head / When The World Is Running Down
Don't Stand So Close To Me
Driven To Tears
Hole In My Life
Truth Hits Everybody
Every Little Thing She Does Is Magic
Wrapped Around Your Finger
De Do Do Do, De Da Da Da
Invisible Sun
Walking In Your Footsteps
Can’t Stant Losing You
Roxanne

ENCORES (2)

King Of Pain
So Lonely
Every Breath You Take
Next To You

Os rapazes não estão muito diferentes: (comparação no DailyMail)

Leituras - Moon in a Dewdrop

Terminei este livro bastante desconcertante há umas duas semanas. Aqui fica um excerto acessível. Para excertos inacessíveis, procurar tudo o que diga respeito a plum blossoms. ;-)

[...] So when a notion of self arises, sit quietly and contemplate it. Is there a real basis inside or outside your body now? Your body with hair and skin is just inherited from your father and mother (*). From beginning to end a drop of blood or lymph is empty. So none of these are self. What about mind, thought, awareness, and knowledge? Or the breath going in and out, which ties the lifetime together: what is it after all? None of these are self either. How could you be attached to any of them? Deluded people are attached to them. Enlightened people are free of them.

in Moon in a dewdrop - writings of Zen master Dogen

Perceber não é difícil. Grocar é difícil.

(*) Impossível de evitar associar isto à recente leitura do Genoma.

Família

Foi bom voltar a ter ao pé de nós os nossos primões dos E.U.A.

O tempo que passa também é delimitado por estes marcos.

Trilok Gurtu

Ah! Após tanto tempo descubro finalmente o nome (e o vídeo) daquele percussionista que tocava com o John Mclaughlin nas Lendas da Guitarra (Sevilha, acho eu...). Fiquei banzado com a percussão vocal, e graças às maravilhas do YouTube, posso partilhar com vocês:

http://www.youtube.com/watch?v=QstxltuJ-xY

(resta saber quanto tempo vai durar o link - é o defeito de os blogues terem conteúdo alojado fora...)

Matthieu Ricard

Matthieu Ricard. Eis um tipo interessante. Abandonou a família bem-relacionada e a Biologia e foi viver para o Tibete, onde vive na proximidade do Dalai Lama.
Num estudo sobre a felicidade - tal como medida a partir dos padrões da actividade do cérebro (critério curioso) - ele é o ponto do gráfico que se afasta dramaticamente de todos os outros, para o lado que dá mais jeito.

Eis um vídeo interessante de uma sua pequena conferência a empregados da Google (perto de 1 hora!): Change your Mind Change your Brain: The Inner Conditions for Authentic Happiness

Relatório Martim - LXXVIII

Foi hoje o primeiro dia de aulas do Martim - Entrou para a 1ª Classe!!!

Correu muito bem, o dia. Eu e a Rita fomos lá deixá-lo. Ainda falámos um bocadinho com o Professor Tiago. Ele ficou a brincar no recreio. Quando chegou a hora do almoço foi almoçar a casa dos Avós e comentou com o Avô Bilo que o tempo tinha passado muito depressa.

Se continuar assim, tudo bem, tudo bem...!

Festas de Paço d'Arcos

Desde há algum tempo, os festejos foram antecipados para o início de Setembro.
Fotos frequinhas, de há minutos. É sempre bonito.

Relatório Martim - LXXVII

Estávamos nós todos na Areia Branca e lá recomecei eu a chatear o pessoal com as leituras intelectuais e científicas. No caso, era o Genoma. Estava portanto a tentar explicar como é que se faz a divisão da hélice dupla de DNA, o mecanismo mais elementar que suporta a replicação, a base de toda a vida. E lá expliquei, o melhor que pude. A Mãe e o Avô Bilo ainda deviam estar a pensar quando o Tio Paulo adiantou que não tinha conseguido perceber. Salta o Martim, "Não percebes, Tio Paulo? Um A apanha um T, um C apanha um G, um G apanha um C e um T apanha um A [...] depois separam-se [bla bla] Fica igual!". Enfim, explicou aquela treta toda outra vez e ainda se deu ao luxo de adiantar "Explico-te as vezes todas que tu quiseres!".

Foi giro ver o interesse que ele pôs na coisa. No fim até me caíu o queixo.

Entretanto o Tio vaidoso, ao jantar, tirava coelhos da cartola. Martim? Quanto é que é 43+25? Resposta pronta de cabeça...68.

O miúdo está-se a passar! :-)~ ~

Leituras - Genoma

Este livro de Matt Riddley é a revelação da Vida.

O conhecimento mais importante que dele se pode retirar é:

A C G T -> T G C A

Isso está certamente em muitos outros livros, mas quantos de nós já leram algum deles? Há certas coisas que não nos podem passar ao lado, ou pelo menos que é lastimável que ignoremos, nós que tivemos a felicidade de nascer numa época que nos permite obter certos conhecimentos quase de borla, conhecimentos que outros teriam dado (ou deram?) a vida para obter.

Já acabei de o ler há uns dias, e é espectacular.

Férias II

Só para comunicar que estamos esta semana de férias na Areia Branca. O tempo não está famoso, mas tá-se bêeeeeeem... :-)

Relatório Martim - LXXVI

Grandes notícias!

Em linha com o que esperávamos, recebemos finalmente a carta do Ministério da Educação a autorizar a entrada do Martim para o 1º ano! (ou seja, para a 1ª classe... malditas mudanças de terminologia...). Quando lhe dissemos lançou os braços ao ar de satisfação, satisfação essa partilhada com a caixa de soldados romanos da Playmobil... :-)

Foi realmente importante.

Entretanto duas pequenas passagens por contar do nosso malandro...

Ainda na Madeira, estava ele a brincar com os peixinhos de plástico que comprámos no Oceanário em Lisboa (tubarões, baleias, lagostas, golfinhos, etc.) e o Martim estava a dizer que as baleias comem pexies e tal. Lá veio o Pai rigoroso dizer que não é bem peixes que elas comem - e aí hesitei... sempre o trauma de não puxar muito por ele, mas pronto lá tive de dizer... - mas que comem é plâncton. Resposta dele:

Martim
- Mas, Pai... fitoplâncton ou zooplâncton?

Fiquei parvo.

A outra foi com o Avô Bilo... o Martim tem estado de férias na Areia Branca, e a gente tem vindo jantar quase todos os dias (estamos a trabalhar). A Cosmogonia do Avô difere um bocado da do pai e tem havido umas conversas (à revelia!) sobre Religião. O Martim pergunta ao Avô isto, e aquilo, e como é que o Avô faz, e o Avô lá vai dizendo, tentando manter uma certa imparcialidade (mas mal treinada!). Conclusão: antes de dormir o Martim quer "rezar". O Avô disse-lhe que costuma dizer "Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo", mas ele foi adiantando que prefere dizer "Em nome do Pai, do Filho e da família toda". Pronto, aprovado! ;-)

Música - Sharmila Roy Pommot

Acabei há pouco de ver o último DVD do Mahabharata de Peter Brook e fui seduzido pela voz sublimemente límpida de Sharmila Roy Pommot, cantora da qual é quase impossível obter um CD (à parte a banda sonora do filme e uma colectânea chamada Bliss). Que delícia.

Outras obras que encontrei: Alo-Andharer Anandabiplabe
e Gaan OJibon.

Afinal havia uma pequena discografia dela aqui na Radio France.

P.S.: Pronto, perdi a cabeça e mandei vir o Alo-Andharer Anandabiplabe!

Pêra de Santo António

Quem conhece a Pêra de Santo António? Que futuro têm estas variedades na União Europeia?

Fala-se tanto de espécies em vias de extinção... em mim não se extinguem as memórias da textura, do sabor e do aroma das pêras de Santo António que comi no quintal da minha Avó Gisela, e que agora recordo, passados 30 anos. Uma trincadela mais dura, um sabor menos doce e uma aroma mais bravio que a Pêra Rocha. Foram oferecidas pela minha Tia Irene e trazidas pelos meus pais da Lourinhã. Fica a promessa de resgatarem um tranquinho da árvore para enxertar em terra nossa!

Leituras - Os Dragões do Eden

Uma conversa que gostaríamos que não terminasse (1) com Carl Sagan, esse comunicador irresistível. Mais um prego no caixão do Creacionismo, mais uma centelha de verdade para quem quiser sair desta vida tendo tido a mínima noção do que ela é: a evolução dos cérebros dos animais (nós incluídos), for dummies.

Uma pérola, evidentemente.

Das páginas mais recentes sobressai esta afirmação que foi para mim uma potencial revelação:
[...] pergunto-me, tal como Ésquilo, se o estado de vigília dos outros mamíferos se assemelhará ao estado de sonho dos humanos - onde podemos reconhecer signos, como a sensação de água que corre ou o perfume da madressilva, mas um repertório extremamente limitado de símbolos como palavras; [...]

Também não consigo esquecer a descrição extremamente bela que Helen Keller (cega, surda e muda) faz da sua descoberta da linguagem, do instante exacto da primeira Palavra. Esta não transcrevo. Vão comprar o livro. ;-)

(1) e, por enquando, ainda não terminou, felizmente! - pág. 170, de 254.

Leituras - Mahabharata

Terminei hoje a leitura deste grande épico, numa versão bastante reduzida e mais acessível, que é a de Krishna Dharma (pseudónimo). Fico com a forte impressão de que, na redução e adaptação, se perdeu bastante. Essa impressão é reforçada por excertos que já li de uma tradução mais literal do original que, sendo certamente mais impenetrável, tem um não-sei-quê que me atrai.

Posto isto, gostei do livro, embora não me pareça que esta opinião possa ser partilhada por qualquer um. Surpreendeu-me, em particular, a sintonia de posições entre o Hinduísmo e o Budismo.

Aqui ficam algumas das questões colocadas por Dharma a Yudhisthira, (retiradas de www.newgovardhana.net; a versão do livro é praticamente igual)

What is the highest refuge of heaven? Of heaven it is the truth.
What is the highest refuge of happiness? Of happiness the highest refuge is good conduct.
Who is the friend given to him by destiny? The wife is the friend given by destiny.
What is the greatest virtue in the world? Abstention from harming
any creature is the greatest virtue.
What religion bears fruits? The religion of the three Vedas is always fruitful.
What is it which if controlled, never leads to misery? The mind if controlled never leads to misery.
Whom does friendship never break? Friendship with the righteous never breaks.
What is that, by renouncing, makes a man dear to others? Giving up pride makes one dear.
What is it, if renounced, leads to wealth? Desire, if renounced, makes one wealthy.

Leituras - O Homem Que Só Gostava de Números

Este é um livro (1) de Paul Hoffman sobre Matemática, organizado à volta da vida do matemático húngaro Paul Erdös.

É um livro muito interessante e divertido, mas insperadamente mais sobre Matemática do que sobre Paul Erdös. No entanto, o que revela do homem é suficiente para podermos compreender como este era verdadeiramente uma personagem. Desde a linguagem...

[...] Erdös começou a referir-se aos comunistas como sendo pessoas «situadas no comprimento de onda longo», porque no espectro electromagnético as ondas vermelhas eram longas. [...] Foi então que começou a chamar «épsilos» às crianças e outras coisas pequenas [...] (2)

... até ao seu sentido de humor negro...

«Erdos sabia que não era muito bom a lembrar-se de nomes», dizia Graham, «mas dizia, com frequência, que saberia que estava mesmo em maus lençóis quando se esquecesse do nome Alzheimer.»

Não é provável que seja o livro mais fácil para quem tenha dúvidas se 21 é ou não um número primo.

(1) Devorei o livro nas férias, já que o Mahabharata era grande demais para levar para a Madeira, isto embora faltassem apenas umas 30 páginas.
(2) Deixo à vossa imaginação o verdadeiro significado da expressão Supremo Fascista.

Venho da Festa!... :-P

Belas férias na Madeira! É a quarta vez, e não há-de ser a última, se depender de mim. Resumindo:

O hotel Pestana Village, que tão gentilmente nos fez o upgrade para uma suite com jacuzzi; a vista do quarto; os jogos de xadrez; e uma das piscinas ...



As paisagens arrebatadoras... de cortar a respiração.



O Restaurante Paradise, na Estrada Monumental, onde a gastronomia e a vista lutam pelo segundo lugar. O primeiro vai para a simpatia... Saudade.


Tudo o que é bom tem de acabar. Esta foto é especialmente para o Marcelo, que é madeirense e gosta de aviões... é o A320 do regresso.

Férias

Vamos passar uns dias à Madeira.

Até breve!!!

Leituras - Mahabharata

Aproximo-me do fim do livro. O paralelo entre o Hinduísmo e o Budismo é inevitável. Deixo-vos um pequeno excerto:

"[...] My dear child Yudhisthira, that personality whom, out of ignorance, you thought to be your maternal cousin, yor very dear friend, well-wisher, counselor, messenger and benefactor, is in fact the Supreme Lord of the entire material and spiritual creation". Bhishma went on describing Krishna's position, whom he explained was present in everyone's heart as the Supersoul. Equally kind to everyone, he was free from the false concept of differentiation. He did not see other creatures in terms of the body they inhabited. Thus whatever he did was free from material consideration."

Música

De vez em quando tenho saudades de música. De música fixe. Estava aqui a ver um concerto dos

Dido (Live at Brixton Academy) na televisão, e é bem fixe (há boas razões para a música ficar valorizada em vídeo, mas adiante... ;-) ). Nunca ouço rádio, por isso ouço poucas vezes música nova, e às vezes até conheço músicas mas não sei de quem são. Por exemplo esta, Thank you, conhecia nem sei de onde. Ou esta White Flag - que fixe! Enfim...

Deve ser por ser o primeiro dia de Férias ("grandes", 12 dias?...) que estou nesta onda. O Projecto está um Inferno mas há algo de irresistível nas férias que leva a esquecer tudo o resto. Há bocado estava a dar "Big & Rich" no Jay Leno e estavam a tocar uma música tipo ZZ Top e deu-me uma vontade irresistível de ir à Amazon e me atascar de discos dos barbaças.

Acho que estou a precisar de tocar guitarra.

Varanda

Já temos cadeiras na varanda! Quer dizer, já há um par de semanas que as temos, mas as almofadas chegaram mais tarde, e só hoje esteve tempo de jeito para pôr lá fora. Enquanto a Rita descansava, fui para a varanda um pouco com o Martim, ler uns livros de histórias dos Reis de Portugal.
Sentamo-nos meio reclinados. Está uma leve brisa... temperatura perfeita...

Luís

- A ver o mar, ahn?...

Martim
(...com um ar super malandro!)

- Isto é que é vida, não é?!

Móveis fáceis de montar...

Actualização: após a montagem há nem sei quantos dias, ainda HOJE não tenho a sensibilidade completa nos três dedos do meio! Estou mesmo velho, bolas...!

Relatório Martim - LXXV

Hoje (sábado) às dez da manhã foi a Festa de fim do ano escolar. Fomos pôr o Martim à Escola às nove horas e às dez e pouco todos os anos até ao 1º ano, exclusivé (antiga 1ª classe) apresentaram a peça de teatro do Elmer, o elefante colorido. O Martim era um dos elefantes cinzentos e teve direito a uma fala e tudo, que disse muito bem. Estavam todos super giros, girafas, zebras, leões... deve ter dado uma trabalheira e toda a gente ficou contente. Fomos com a Avó Cuca e o Avô Quim. A agitação foi tanta que, seguida da brincadeira à tarde no Parque Infantil junto à casa dos avós, foi demais para ele. Eram seis e pouco adormeceu no carro, andou no Carrefour dentro do carrinho (coisa que não fazia há meses? anos?), voltámos a metê-lo no automóvel, chegou a casa e foi-se deitar sem nunca acordar!
Entretanto, ontem deixei na escola a ficha de inscrição para o 1º ano, sem ainda ter resposta do Ministério quanto à possibilidade de inscrição antecipada. Há que contar, portanto, com o ovo no esfíncter rectal do galináceo..., permitam-me a higienização literária da expressão original ;-).
Na 3ª feira passada, foi a festa de despedida do Karaté, onde estivemos com os avós Bilo e Laide. Aí, o Martim aplicou uma chave de braço no professor sem qualquer hipótese de defesa. Quer dizer, foi mais ou menos assim...não sou muito isento, se calhar.

(Falta de) saúde

Pois, este blog não anda a ser devidamente actualizado. Aqui há 3 semanas, fiquei de baixa com uma valente gastroenterite. Viral, provavelmente. Dois dias antes, o Martim passou uma noite a em que vomitou umas quatro vezes, e não teve mais sintomas. Comigo não foi bem assim...!Jantámos num simpático e costumeiro restaurante em Cascais (secretos de porco, razoavelmente insuspeito para intoxicações, e comemos todos o mesmo). Resumindo... grande dor de barriga, voo para a casa de banho, vomito duas ou três vezes, em grande sofrimento. Grande mesmo. Da última, já eram cinco da manhã, senti que era capaz de poder desmaiar, e aproximei-me cautelosamente do chão para não cair de muito alto. Estava eu neste processo e já a Rita me estava a chamar, a dizer que tinha desmiado, e batido com a cabeça!... e eu: "quê? mas ainda agora me estava a baixar... tens a certeza que caí?...".
Enfim, nunca tinha desmaiado. Foi a primeira vez na minha vida. Ligámos para o SOS Saúde. Eles chamaram o 112. O 112 chamou os Bombeiros de Paço d'Arcos. Os Bombeiros vieram e mediram-me a tensão: 10-4. Pulsações: 185/minuto. Enfim, estava moribundo! :-P. Hospital. Estdo? Credo! Quero ir para o SAMS. Levaram-me. Uma meia horita com uma substância anti-enjoo intra-venosa e, como não tinha febre, sou despachado (e muito bem) para casa. Por acaso gostei bastante da forma como me atenderam. Mulher e sogro à espera do enfermo. Chego a casa, deito-me, meço a temperatura e estou com febre! Liga-se ao médico, compra-se o antibiótico (Dimicina). Outro dia em casa de baixa de prevenção. E uns quilitos a menos.

Entretanto, chego à conclusão por umas análises velhas que só agora recebo que tenho o colesterol a 229. (na folhinha dizia < 190, um valor já menos que ideal). Claro, com a gastroenterite, nem um pingo de gordura na alimentação. Segui com a dieta. As calças de quando entrei para o Banco, ha 10 anos, passaram a servir-me perfeitamente. O colesterol passa a 182. Entretanto, o limite ideal desce para 180!!! Enfim...

Pronto, agora estou bom... quê? Não. Passo dois dias a montar os móveis novos do quarto dos brinquedos. Ainda consegui meter água no segundo, e pôr as prateleiras de pernas para o ar, erro subtil mas impossível de ignorar, uma vez descoberto. Conclusão: passei tempo demais de joelho esquerdo flectido e pé direito puxado a trás, dedos no chão e calcanhar no ar. Devo ter pressionado demais o nervo: há dois dias que tenho os dedos dormentes, excepto o mínimo, e o grande menos mal. Irra!

Relatório Martim - LXXIV

Antes do fim de Maio fui entregar à DRELVT - Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo o requerimento de ingresso antecipado no 1º Ciclo. Não me posso queixar, não demorou mais de 5 minutos a fazer a entrega, nas instalações que ficam na Praça de Alvalade, mesmo junto ao Metro. Agora fica entregue aos desígnios dos deuses.

O Martim, esse, continua bastante bem. Quer dizer, hoje, por acaso, constipou-se um bocadito. Vai dormir duas noites (esta é uma delas, enquanto escrevo) em casa dos avos Quim e Cuca. Nós vamos a um casamento, no Porto. Mas a separação custa. A Mãe que o diga...!

Quanto a divertimentos, o tema de todos os dias são as batalhas, as cavalarias de Harad, os Foras-da-Lei, os de Dunland, e os de Rûhn; os elefantes (que ele nunca quer ter por adversários), os "mata-cavalos", ou lanceiros, os de "espadas curtas", a cavalaria pesada e ligeira, e as combinações vantajosas de umas contra outras... e patati patatá... :-)

Sujaram o nosso prédio

Sem outros comentários.

Travian - O Fim

Habilmente anunciado pelos Admins, o fim do Travian no servidor 5 só pecava por tardio. A infame aliança ROW procurou adiar indefinidamente o fim do jogo, para proporcionar ao maior número possível dos seus (quase infinitos) jogadores a hipótese de terminarem uma Wonder of the World. Mas os Admins forçaram o fim no dia 20, para desgraça de alguns! Eheheh.

Ainda organizámos uma última vaga de ataques, que tirou esse gostinho a um deles. Acabou em amarga glória o percurso honrado da Lusos PT, ex-IMF PT, uma aliança de Tugas para o que der e vier.

Na lista de vencedores ainda constou o tsneiva, como 2ª melhor defesa. Nós, Bidu, ficámos aí na 26ª posição defensiva, salvo erro. Graças à ajuda de todos. Obrigado malta!

Relatório Martim - LXXIII

Duas grandes novidades!

Fomos à consulta com a psicóloga, desta vez sem o Martim. À primeira consulta fomos todos; depois houve três consultas sem a nossa presença; esta última era para sabermos os resultados, concretamente: se a opinião da psicóloga era ou não favorável a que ele passasse para a 1ª classe (1º ano, pronto, malditas mudanças de terminologia...); e qual era o estado de desenvolvimento global dele. As boas notícias são que ele está bastante desenvolvido intelectualmente, o que na prática dá uma espécie de percentil que, para os 5 anos (ou seja, a idade dele) dá 99% e para os seis, ou seja, comparando-o com os que têm um ano mais (os da sala dele) dá 96%. Isso significa que está óptimo quer comparando com uns quer com outros. As notícias menos boas, mas boas à mesma ;-) é que do ponto de vista emocional ele não está tão desenvolvido como do ponto de vista intelectual, mas não está atrasado face ao normal; isto constitui um desequilíbrio que importa tentar inverter: aumentar a autonomia e a imaginação, a capacidade de resolução de conflitos, são pontos importantes. Conclusão: ele deve avançar para a 1ª classe (resta agora o Ministério aprovar!...).

Segunda grande novidade: o fim da cama de grades! O Martim dormiu esta noite pela primeira vez na sua cama 1,90cm x 90cm (quer dizer, isto é o tamanho do colchão...), com uma protecção lateral para não se espetar no meio do chão. Mesmo assim, de madrugada ia havendo desgraça, porque na zona dos pés da cama a protecção não cobre toda a parte da frente e ele já lá tinha ido parar, com os pés para a cabeceira da cama!... :-)

VENDEU-SE

Pois foi. Vendeu-se mesmo. Somos os felizes ex-proprietários de uma casa.

É um alívio, sob todos os pontos de vista. Realmente não precisávamos mesmo nada de andar com 2 casas até à velhice!...

Ora... qual era o próximo problema por resolver mesmo? Ah! A cama nova do Martim!...

VENDE-SE

Ou melhor, já não se vende. Hoje retirei os avisos de "Vende-se" do nosso antigo apartamento. Ontem uma senhora, após visitar a casa, telefonou dizendo que estava realmente interessada. Hoje, após uma visita adicional e uma negociação cerrada, fechou-se o negócio. Quinze dias para a escritura! Nem podia imaginar que fosse possível realizar as coisas num prazo tão curto! Agora, tratar de papelada é a palavra de ordem. Será o fim de um longo capítulo?...
... não percam as cenas do próprio episódio.

Leituras - The Earthsea Quartet

Ontem terminei o último livro, Tehanu. Gostei bastante, conseguiu fazer-me acreditar, o que é sempre um feito. Os quatro livros não são idênticos, especialmente o último é bastante diferente em estilo, e é neste mais evidente que a escritora é uma mulher.

Only in silence the word,

only in dark the light,

only in dying life:

bright the hawk's flight

on the empty sky.

-The Creation of Éa

Relatório Martim - LXXII

O Martim teve no último mês um episódio clássico de Fobia Escolar. Parece que acabou. Só que se constipou, portanto acabou por vomitar outra vez um bocadito do pequeno almoço, agora por razões mais válidas. Enfim "agora já gosto da escola outra vez" era uma frase pela qual já ansiávamos.

Fomos há 2 dias à psicóloga com o Martim, por causa do pedido de ingresso antecipado no 1º ciclo. Esta foi a 2ª visita, com vista a entregarmos o processo à DREL. Na primeira, estivemos os três. Desta vez, a Drª apareceu, chamou por ele, uns 10 minutos depois ele apareceu a pedir um copo de água às recepcionistas (!) e depois um guardanapo (!) e lá voltou, e saiu, sem que ficassemos a saber nada, excepto que tinha feito uns jogos, com quadrados, letras, e tal, e "enganei-me em poucos". Hoje, o Avô Bilo sacou-lhe uma pergunta concreta da psicóloga: "Martim, se tivesses o Sol, onde é que o punhas?", "No céu!". Pois claro.

Entretanto, um episódio fresquinho de há minutos... o Martim veio anunciar mais uma vez que queria ir à casa de banho. Dissemos-lhe para lá ir sozinho ("Martim, eu quando quero ir fazer xi-xi não me ponho a anunciar isso a toda a gente"). Lá foi ele. Troquei um olhar compassivo com a Rita, e lá fui eu ter com ele. Já estava quase vestido e fui-lhe ajeitar as camisolas. Mais um diálogo daqueles!...:

Eu
Sabes, Martim? Não me custa muito vir-te ajudar à casa de banho...

Martim
Pai, eu percebo. Eu sei tudo o que tu queres dizer. Queres que eu venha à casa de banho sozinho para me tornar num adulto responsável! [CARA DE GOZO!]

Relatório Martim - LXXI

O dia do primeiro beijo!

Moço de iniciativa. A sortuda foi a C******* C********. :-)

O que mais se poderia esperar de um miúdo nascido no Dia dos Namorados?!

P.S.: Começamos aqui a entrar na zona da invasão de privacidade. Vou arriscar, em nome da memória futura.

Relatório Martim - LXX

Após os 15 dias que ficou sem ir à escola o Martim andou numa crise complicada em que vomitava os pequenos-almoços, almoços e/ou jantares - em geral mais os almoços, na escola. Parecia ser tudo stress. Alterámos o almoço para ser em casa dos Avós, e o pequeno-almoço passa a ser na escola (!), e eis que tudo parece estar melhor. Ainda assim está muito sequioso de passar tempo em casa, e ainda há pouco se foi deitar a perguntar se amanhã o dia ia ser muito grande...

Tudo isto acontece logo agora que já temos marcadas 4 consultas com uma Psicóloga, para pedir o ingresso antecipado no 1º ciclo, ou seja, para tentarmos que ele possa acompanhar os seus colegas actuais e, em Setembro, ir para a 1ª classe com eles, em vez de voltar à turma antiga, a que deixou pouco depois de todos passarem para a sala dos 3 anos, ou seja, há imenso tempo. Espero sinceramente que a avaliação psico-pedagógica confirme que ele está melhor com os actuais colegas do que na sala correspondente à idade, porque sinto que "perder" um ano vai ser muito, muito mau. A ver vamos...

Entretanto, fica aqui o primeiro Sudoku completado pelo Martim de que há registo, testemunhado pelo Avô Bilo - e sem ajudas!

P.S.: Ah! Já me ia esquecendo: o Martim ganhou uma medalha de 2º lugar de bom comportamento no Karaté e um postal do Dia dos Namorados (da C******* C********), qual dos dois mais importante!...

Relatório Martim - LXIX

CINCO aninhos! Parece impossível, mas é verdade: o Martim já tem cinco anos, feitos no Dia dos Namorados.

A festinha na escola foi engraçada, pelo menos o pouco que eu vi - fui o último a chegar! - e se não fosse o Avô Bilo, não havia bolo, refrigerantes, nem ninguém da família a acompanhar o aniversariante. Para quem tem de picar o ponto, estar numa festa às 15h30 é uma tarefa complicada...

Mas tudo se arranjou, e um pouco mais tarde lá chegou a Mãe e, ainda um pouco mais tarde, lá acabou por chegar o Pai, yours truly.

À saída ainda ficámos a falar com a Directora sobre o processo de autorização para ele passar para a 1ª classe (o 1º ano, na nova terminologia, sempre a mudar...). Está uma grande confusão, porque a DREL (Direcção Regional de Educação de Lisboa) está a descentralizar as coisas para os Agrupamentos de Escolas, que ainda não receberam a regulamentação, coisa e tal... enfim, parece que é preciso escrever um pedido acompanhado de relatório de um psicólogo comprovando a adequação da medida, dada a sobredotação da criança. O critério parece estar a ficar bastante apertado. No meu tempo, era banal. Agora, querem "partir as pernas" aos miúdos. Não percebo.

Entretanto, já está mais ou menos curado da gripe. Custou mas foi. Estranhamente, anda a vomitar de uma forma meio aleatória. Deve ser stress, porque ele anda a reagir um bocado mal à escola, e ao Carnaval, etc. Quando haverá normalidade?!

P.S.: Hoje ao deitar ainda me chamou para saber o que queria dizer RESPORECTIVA (ou lá o que era que ele estava a dizer) - tinha ouvido nos desenhos animados. Lá adivinhei que era "retrospectiva"
... :-)

A terra tremeu

Ontem tivemos um sismo de 5.8 na escala de Richter. O maior dos últimos 32 anos no Continente.

A Rita sentiu a mesa a dançar, no 8º andar do edifício onde trabalha.

Eu não senti nada!... estava de pé a tirar umas coisas da impressora, no meio de uns stresses com problemas na Extranet...

O Martim também não sentiu.

NÃO!

No site www.ateismo.net alguém me perguntava qual era o meu argumento para ser pelo NÃO no referendo do aborto.
Aqui fica a minha resposta.


Voto NÃO, porque, para mim, um óvulo fecundado é vida humana. Porque essa célula primordial é o agente inconfundível de um processo de construção de um ser humano que nunca está acabado, até à morte ("einsturzende neubauten", prédio em construção, em demolição, simultaneamente). Consciência só vem muito depois até do nascimento, não é critério. Actividade cerebral qualquer ratinho tem. Não é critério. Ser agente do processo de crescimento e ter genoma humano, só um ser humano tem. Este é o ponto 1.

O ponto 2 é que as leis servem para delimitar a liberdade de uns cidadãos face à dos outros. Se o embrião é vida humana, então o aborto não é para mim admissível, porque atropela a liberdade do embrião . Por isto e nenhuma outra razão. Excepto quando tem de haver escolha entre mãe e filho, dado o sério risco de vida da mãe. Aí, é vida por vida.

É este o meu argumento.

Leituras - The Earthsea Quartet

Também conhecido por "O Feiticeiro de Terramar", "The Wizard of Earthsea" é o primeiro de quatro livros. Já vou no terceiro. O peso é a principal razão para deixar alguns livros para trás. Este é de bastante agradável leitura, e reforça o meu interesso no género de Fantasia. Nem vou referir qual era o anterior! Gollum... gollum...

Travian

Ando a perder um tempo absurdo com um jogo online de estratégia chamado Travian. Não volto a jogar isto, mas fazem-se amizades e é difícil virar as costas aos que nos ajudaram. Por isso, isto vai até ao fim, que deve estar para breve (ou porque o jogo vai acabar, ou porque vão acabar comigo no jogo...). Uma coisa é certa: pretorians, imperatores, cesaris, granary, catas, fakes, farms, wood, clay, iron e crop, muita crop, tudo isto vai ficar a fazer parte do meu imaginário durante mais algum tempo.

Lar doce lar

Alguns de vocês sabem que temos à venda o nosso apartamento aqui em Paço de Arcos. Está difícil vender, mas pode estar para breve. Já tivemos algumas desilusões... vamos a ver se é mais uma ou se é desta.

Relatório Martim - LXVIII

O Martim continua fascinante. Ontem foi um dia muito especial. Foi o primeiro dia em que ele realmente leu uma palavra. Já tinha feito algumas coisas nessa área, mas desta vez foi diferente.
Já há bastante tempo (anos?!) que ele reconhece palavras, como Portugal, Martim, etc., mas trata-se mais do reconhecimento do padrão completo do que da construção da palavra a partir das letras. O mais parecido com a leitura foi há umas 3 ou 4 semanas em que ele leu o nome da "Farmácia Martins", dizendo: "Olha, e como o meu nome, MartinSSS (carregou no "s") ". Desta vez, estava a segurar a embalagem de sabonete líquido na casa-de-banho e eu pergunte-lhe: "Martim, o que é que está aí escrito?" e ele respondeu "PA...MO...LI...VA". Era Palmolive.

Entretanto, já conversámos na Escola e vai ser combinada a Avaliação Psicológica dele, para verificar se é possível ele frequentar a 1ª classe para o ano que vem. Parece-nos essencial. Ficar a marcar passo seria uma catástrofe, nem gosto de pensar nisso.

Natal e Ano Novo

Passsámos o Natal e o Ano Novo tranquilamente, em casa. O Natal foi com os avós todos e com o Tio Paulo. O Pai Natal fez-nos uma visita surpresa, deixando todas as prendas na varanda. O Martim ainda o ouviu, mas já não o conseguiu ver, porque ele se foi embora muito depressa. Mas foi um momento mágico. :-)